Otimização da dose de radiação em exames de tomografia
O número de exames de tomografia computadorizada (TC) aumentaram significativamente nos últimos anos, em consequência da maior disponibilidade, redução do tempo do exame, aumento das indicações clínicas, entre outros. O aumento da utilização dos métodos de diagnóstico por imagem que fazem uso de radiação ionizante, e especialmente da TC, é responsável pelo acentuado aumento da dose de radiação média individual por ano.
Com isso, existe uma preocupação crescente em como reduzir e controlar a dose de radiação determinada por estes exames, considerando principalmente a população pediátrica e oncológica, que necessita de exames seriados.
Existem várias estratégias para se reduzir a dose de radiação derivada da tomografia, entre elas esta a redução do kVp e mAs, redução da área de escaneamento, reconstrução iterativa, sistema de automático de modulação de dose e subtração de fases do protocolo dependendo da indicação clínica.
Umas das técnicas que eu defendo, é subtrair o número de aquisições ao mínimo necessário, sem prejudicar a acurácia diagnóstica, seguindo os princípios da ALARA (As Low As Reasonably Achievable), tão baixo quanto razoavelmente exequível. Como exemplo, podemos abrir mão de um protocolo de abdome trifásico e fazer uma única fase portal para crianças com dor abdominal, reduzindo de 31 msv para 7,7 msv*, o que equivale em número de raio-x de tórax de 1150 rx para 287 rx.
Por isso é sempre importante ter um médico radiologista disponível durante o exame para orientar a equipe sobre qual protocolo e estratégia utilizar para reduzir a radiação, tempo do exame e a necessidade de contraste endovenoso, levando em conta cada indivíduo e indicação clínica.
*Valores médios da literatura.
Dr Raul Bernardo Paniagua Eljach
Médico radiologista
CRM-MT: 8230