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Mortes de mulheres por câncer caem 42,8% com prevenção, diz estudo

Por: G1 Ribeirão e Franca em

Em 14 anos, mortes por câncer de mama caíram 42,85% segundo pesquisa.
Taxa de mortalidade caiu 34,88% no mesmo período por prevenção.

Um estudo realizado durante 14 anos pela equipe médica do Hospital do Câncer de Barretos (SP) revelou que a taxa de mortalidade entre mulheres por câncer de mama e por câncer de colo de útero caiu 42,85% e 34,88%, respectivamente, devido ao diagnóstico precoce através de exames preventivos.

Contudo, o levantamento também apontou um aumento na detecção dos casos. Entre 2000 e 2014, os números de diagnósticos precoces e tardios também aumentaram. O crescimento, segundo o pesquisador e cirurgião oncológico José Humberto Fregnani, é proporcional ao aumento da procura por atendimento.

"A chance de cura é maior quanto mais precocemente se identifica a doença. Quando o câncer do colo de útero é identificado antes de começar a enraizar há quase 100% de chance de cura. Prevenir o câncer é a chave do controle do câncer no nosso país", diz.

Resultados
O estudo mostrou que, entre 2000 e 2014, o número de casos de câncer de mama diagnosticados precocemente disparou de 1,55 para 13,52 – em grupos de 100 mil pessoas.

Os casos diagnosticados tardiamente também aumentaram, foram de 29 para 58,19.
Comparando a taxa de mortalidade pela taxa de incidência, houve uma redução de 42,85% em pacientes que morreram.

Da mesma forma, o diagnóstico precoce de câncer de colo uterino, também conhecido como câncer cervical, aumentou e passou de 10,9 para 30,49. Os em fase avançada caíram de 10,12 para 9,87. Em compensação, a taxa de mortalidade sofreu queda de 34,88%.

"A gente está impedindo mortes por causas evitáveis a partir do rastreamento, da prevenção. É muito importante que as mulheres façam o exame preventivo tanto para mama quanto para o colo de útero com a mamografia e o papanicolau", afirma a coordenadora de registros de câncer do hospital, Aline Mafra.

Aline explica que o levantamento foi feito através de dados disponibilizados na página online do Ministério da Saúde. A equipe direcionou a pesquisa para os municípios da região de Barretos, onde o hospital já fazia o rastreamento para controlar a quantidade de casos.

Doenças e exames
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por 25% dos casos novos a cada ano.

A doença é rara nos homens, representando 1% do total de casos. Em 2016, 57.960 pessoas foram diagnosticadas.

Fregnani explica que casos são raros casos em mulheres com menos de 35 anos e que, o ideal, é que a mamografia seja feita a cada dois anos a partir dos 50. O cirurgião oncológico orienta que todas as mulheres façam consultas anuais com o ginecologista para prevenir outros males.

Dados do Inca também revelam que o câncer cervical é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país. Em 2016, 16.340 pessoas foram diagnosticadas com o tumor.

A doença é causada pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção genital pelo vírus é frequente e não causa doença na maioria das vezes. No entanto, alguns casos podem evoluir para o câncer.

“O rastreio do câncer de colo de útero nas mulheres deve começar a partir dos 25 anos ou a partir do início da atividade sexual. No papanicolau, o médico raspa o colo do útero, investiga se existem alterações nas células e detecta precocemente a doença”, diz.

Campanha de prevenção
O Hospital do Câncer de Barretos faz campanhas durante todo o ano para incentivar e conscientizar a população a fazer os acompanhamentos frequentemente. Com seis unidades móveis e duas fixas, as chamadas "carretas" realizam diferentes tipos de exames para detectar cânceres de mama, colo de útero, próstata e câncer de pele.

O alvo da carreta são mulheres que têm entre 40 e 69 anos, mas também recebe homens de diferentes idades. A consulta é agendada pelo sistema de saúde de cada cidade e os exames são feitos gratuitamente.

A aposentada Luísa Helena Ferri hoje é voluntária no hospital, mas, há três anos descobriu que estava no início de um câncer de mama através de uma ação da instituição em Rondônia, onde morava. Graças ao diagnóstico precoce, hoje está bem e faz acompanhamento de rotina.

"O trabalho de prevenção foi fundamental pra mim, porque se eu não tivesse feito a mamografia naquele dia poderia ter sido mais grave, eu poderia até ter precisado tirar a mama toda. Como o diagnóstico foi precoce, eu só fiz o quadrante", relata.

Leia mais sobre esse assunto em http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2017/02/mortes-de-mulheres-por-cancer-caem-428-com-prevencao-diz-estudo.html